GeoLeiria

Este Blog pretende ser o ponto de encontro e debate dos Geólogos em/de Leiria e de todos aqueles que gostam desta ciência ou de Biologia, Geografia, Ambiente e Astronomia, entre outras. Criado no âmbito do Projecto Ciência Viva VI "À descoberta da Geologia em Leiria", com membros nas Escolas Correia Mateus e Rodrigues Lobo, Núcleo de Espeleologia de Leiria e Centro de Formação de Leiria, neste local serão colocadas novidades locais, nacionais e internacionais, actividades de Escolas e outros.

quinta-feira, abril 26, 2007

Geologia em destaque no Público


Pegadas ao contrário

Steve Torgersen, perito de minas norueguês, olha deslumbrado para os fósseis de pegadas de uma criatura pré-histórica descobertos no tecto de uma mina de carvão na ilha de Spitsbergen, no Ártico.

in Público - 25.04.2007
Foto: Francois Lenoir/Reuters

quarta-feira, abril 25, 2007

A importância mundial da Mina da Guimarota

Depois das muitas fotografias aqui publicadas, importa explicar o porquê deste nosso esforço. Consultando muito rapidamente a Internet, é fácil encontrar, nas mais diversas línguas, referências à Mina da Guimarota, sendo esta referida sempre como sendo um dos mais importante lagerstätten mundiais (um lagerstätten é, segundo o geoROTEIROS, um "tipo de jazida na qual os fósseis se encontram excepcionalmente preservados ou excepcionalmente concentrados.").

Diz ainda o site
geoROTEIROS: "O termo provem de um termo mineiro alemão referente a concentrações minerais excepcionais, tendo sido adoptado pela Paleontologia. Alguns exemplos de Lagerstätten mais conhecidos são os calcários litográficos de Solnhofen, famosos pelos seus fósseis de Archaeopteryx, e os poços de alcatrão do Rancho La Brea, Califórnia, de onde foram extraídos inúmeros vestígios de faunas Plistocénicas da América do Norte."

Quanto à Mina da Guimarota, com rochas de cerca de 153 milhões de anos (Jurássico inferior - Kimmeridgiano) diz o site atrás referido o seguinte: "A Mina da Guimarota, situada a sul de Leiria, é uma das melhores jazidas de mamíferos Jurássicos a nível mundial. Fechada desde 1982, desta mina de lignito foram extraídos por paleontólogos alemães da Freie Universität Berlin milhares de fósseis testemunho de uma riqueza faunística da região durante o Jurássico Superior. A fauna compreendia, entre outros, tubarões, crocodilos, tartarugas, dinossáurios, mamíferos e aves primitivas. "

O Professor Doutor Galopim de Carvalho, a quem devemos muito na preservação de achados paleontológicos em Portugal, dizia ASSIM na sua página da Internet:

"Mina da Guimarota - Leiria

Um caso único como documento da vida no Jurássico nesta região da Europa

Em 1959, o Prof. W. G. Kuhne, da Freie Universität de Berlim, especialista em mamíferos primitivos, interessou-se por uma pequena mina de carvão (lignito) abandonada, na Guimarota, nas proximidades de Leiria.

Na sequência dos estudos que aí empreendeu, a partir de 1960, publicados nas Memórias dos então Serviços Geológicos de Portugal (Nova Série, nº 14, 1968) e dos muitos outros levados a cabo pelos seus discípulos e continuadores, esta velha mina revelou-se uma jazida de excepcional riqueza paleontológica, não só pela variedade e número de fósseis aí encontrados (e estudados), como pelo esplêndido estado de conservação dos mesmos. Celebrizada pela fauna de mamíferos do Jurássico superior (com 151 a 154 milhões de anos), esta jazida de carvão relevou-se igualmente rica de outras espécies de animais e plantas que cedo despertaram o interesse de muitos paleontólogos de variadíssimas especialidades, sendo muito vasta a bibliografia publicada por autores alemães e outros estrangeiros, em contraste com os nacionais, que nunca tiveram condições para competir com eles.

A grande maioria deste espólio saiu do país, sendo mínima a parte que permanece entre nós. Resta-nos a mina, que continua a ser uma jazida onde muitos estudos podem e devem prosseguir.

Apreciamos e enaltecemos o trabalho dos nossos colegas estrangeiros, além de que apoiamos a continuação dos seus estudos. Sem eles, o desconhecimento sobre esta página da nossa história geológica seria total.

A par de jazidas mundialmente reconhecidas, como a de Solenhöfen, na Alemanha ou a do Cabo Mondego, em Portugal, a Mina da Guimarota deverá ser considerada um Geomonumento e, como tal, convenientemente protegida pela lei.

O Museu Nacional de História Natural tem vindo a desenvolver esforços no sentido da musealização de sítios com interesse geológico, nos quais inclui esta mina.

O interesse da comunidade científica internacional levou a recente edição, em 2002, de um livro de divulgação cuja referência se inclui em anexo. Também em anexo se insere a parte mais significativa da bibliografia sobre esta jazida e uma lista das espécies até hoje descritas.

Lisboa, 6 de Janeiro 2003

A. M. Galopim de Carvalho "

O livro que o Professor Doutor Galopim de Carvalho
referia no texto anterior era este:

MARTIN, Thomas & Bernard KREBS (editors):

Guimarota – A Jurassic Ecosystem

2000. [in English] – 156 pp., 177 mostly coloured figures, 2 tables
24.5 x 21.3 cm. Hard cover

ISBN 978-3-931516-80-2


Nas Comunicações do Instituto Geológico e Mineiro (Tomo 88, Lisboa, 2001) aparece o seguinte texto, em relação ao livro anterior:

"GUIMAROTA – a Jurassic Ecosystem
THOMAS MARTIN & BERNARD KREBS (EDITORS)

Em 1960 uma equipa de investigadores do Instituto de Paleontologia da Universidade Livre de Berlim, chefiada pelo Prof. W. G. Kuhne, iniciava os trabalhos de pesquisa de fósseis na antiga mina da Guimarota, nos arredores de Leiria, que explorava a lenhite dos níveis do Jurássico superior (Kimeridgiano). O interesse suscitado pelo material fóssil recolhido nesses primeiros anos, enquanto a mina ainda funcionava, levou a que, após o seu fecho, se retomasse a "exploração" do seu carvão, agora para fins unicamente científicos.

Assim, durante 9 anos (1973-82) aquela antiga mina foi reaberta e explorada com objectivos paleontológicos tendo-se recolhido milhares de exemplares de crânios, mandíbulas, ossos e dentes de vertebrados terrestres e aquáticos e inúmeros restos de plantas e de invertebrados, tornando o local a mais importante jazida a nível mundial de mamíferos e outros pequenos vertebrados do Jurássico superior.

Com base neste precioso espólio paleontológico, foram sendo publicados numerosos trabalhos científicos, alguns incluídos nas Comunicações e nas Memórias dos Serviços Geológicos de Portugal.

Decorridos mais de 30 anos sobre o início dos trabalhos, pretendeu-se reunir numa única publicaçáo o conjunto dos principais resultados obtidos.

O livro agora editado relata a história desta exploração científica e os principais resultados obtidos pelo estudo dos fósseis encontrados, incluindo a reconstituição paleoambiental da jazida, com capítulos consagrados á flora, ostracodos, carófitas, moluscos, peixes, réptɥis, dinossauros, mamíferos e, ainda, aos métodos de preparação utilizados.

Esta obra tem uma excelente apresentação em papel "couché" sendo profusamente ilustrada com fotografias a cores das espécies estudadas e com estampas da reconstituição dos principais vertebrados e dos paleoambientes onde viveram."

Para terminar, convém ainda referir dois aspectos: hoje em dia há uma enorme área construída em cima da mina e do vazio que ela representa - e a escoragem, mais tarde ou mais cedo, terá de ceder... O problema da subsidência foi, de forma preliminar, estudado pelo Professores Doutores Fernando Pedro Figueiredo e Lídia Catarino (Departamento de Ciências da Terra - Universidade de Coimbra) em 2005, no texto Caracterização de uma Antiga Zona Mineira por Métodos de Prospecção Geofísica – O Caso da Mina da Guimarota, Leiria. Depois há ainda aspectos de natureza ambiental pouco tratados - a existência de morcegos a habitarem a mina, eventuais problemas de contaminação de lençóis freáticos, a libertação de gases da mina, a situação dos respiradouros antigos, etc.

Em Setembro de 2007 vamos tentar voltar à mina, desta vez com mais gente (incluindo Doutores da Universidade de Coimbra, especialistas em morcegos, bombeiros e outros) para saber um pouco mais sobre este importante património português e mundial, tão ignorado e tão mal preservado...


ADENDA - Para além das anteriormente referidas, sugere-se ainda a consulta das seguintes páginas da Internet, em português e inglês:

Outras fotos e desenhos da Guimarota


De um trabalho em PowerPoint que o Professor Doutor Fernando Pedro Figueiredo (Departamento de Ciências da Terra - Universidade de Coimbra) gentilmente nos enviou, publicamos agora algumas imagens da Mina da Guimarota:

Planta da Mina


Modelo da Mina


Corte geológico


Mapa militar da zona


Carta geológica


Henkelotherium guimarotae

A zona da mina, em 1967


A zona da mina, em 1975


A zona da mina, em 2005


Fotos da mina em laboração


Antigo Forno de Cal

terça-feira, abril 24, 2007

Ancient Rainforest Revealed in Coal Mine

Scientists exploring a mine have uncovered a natural Sistine chapel showing not religious paintings, but incredibly well preserved images of sprawling tree trunks and fallen leaves that once breathed life into an ancient rainforest.

Replete with a diverse mix of extinct plants, the 300-million-year-old fossilized forest is revealing clues about the ecology of Earth’s first rainforests . The discovery and details of the forest are published in the May issue of the journal Geology.

“We’re looking at one instance in time over a large area. It’s literally a snapshot in time of a multiple square mile area,” said study team member Scott Elrick of the Illinois State Geological Survey (ISGS).


Forest find

Over millions of years as sediments and plant material pile up, layer upon layer, the resulting bands become time indicators with the newest, youngest layer on the top and the oldest layer at the bottom. Typically geologists peel away a vertical slice of rocky material to look at material, including fossils, over a period of time.

A coal mine offers a unique view of the past. Instead of a time sequence, illuminated in the layer upon layer of sediments, the roof of an underground mine reveals a large area within one of those sediment layers, or time periods.

Miners in Illinois are used to seeing a few plant fossils strewn along a mine’s ceiling, but as they burrowed farther into this one, the sheer density and area covered by such fossils struck them as phenomenal, Elrick said.

That’s when they called paleobotanist Howard Falcon-Lang from the University of Bristol in the United Kingdom and William DiMichele, a curator of fossil plants at the Smithsonian National Museum of Natural History.

"It was an amazing experience. We drove down the mine in an armored vehicle, until we were a hundred meters below the surface,” Falcon-Lang said. “The fossil forest was rooted on top of the coal seam, so where the coal had been mined away the fossilized forest was visible in the ceiling of the mine.”


Forest snapshot

Here’s what the miners and other scientists saw underground: Relatively narrow passageways wind through the “cave,” marked off with stout 100-foot-wide pillars to ensure the roof doesn’t collapse.

“It’s like in some bizarre Roman temple with tons of Corinthian pillars that are 100 feet across and only six feet tall,” Elrick told LiveScience. “As you’re walking down these passageways you see these pillars of coal on either side of you and above you—imagine an artist’s canvas painted a flat grey and that is sort of what the grey shale above the coal looks like.”

The largest ever found, the fossil forest covers an area of about 40 square miles, or nearly the size of San Francisco. This ancient assemblage of flora is thought to be one of the first rainforests on Earth, emerging during the Upper Carboniferous, or Pennsylvanian, time period that extended from about 310 million to 290 million years ago.

A reconstruction of the ancient forest showed that like today’s rainforests, it had a layered structure with a mix of plants now extinct: Abundant club mosses stood more than 130-feet high, towering over a sub-canopy of tree ferns and an assortment of shrubs and tree-sized horsetails that looked like giant asparagus.


Flash freeze

The scientists think a major earthquake about 300 million years ago caused the region to drop below sea level where it was buried in mud. They estimate that within a period of months the forest was buried, preserving it “forever.”

“Some of these tree stumps have been covered geologically speaking in a flash,” Elrick said.

Because the spatial layout of the forest has been maintained, the scientists can learn about entire plant communities, not just individual plants.

"This spectacular discovery allows us to track how the species make-up of the forest changed across the landscape, and how that species make-up is affected by subtle differences in the local environment," Falcon-Lang said.

The fossil forest extends along the ceiling of two adjacent mines, the Riola mine and the Vermillion Grove mine, which are located in Vermillion County, just south of Danville, Illinois.

in Yahoo News - ler notícia

Jeanna Bryner (LiveScience Staff) - LiveScience.com Mon Apr 23, 12:25 PM ET

Fotos da Mina da Guimarota - XI




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Fotos da Mina da Guimarota - X




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Fotos da Mina da Guimarota - IX

Agora vamos publicar algumas fotos da colega Maria do Céu Machado...




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Fotos da Mina da Guimarota - VIII

 

 

 
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Fotos da Mina da Guimarota - VII



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Fotos da Mina da Guimarota - VI




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Fotos da Mina da Guimarota - V




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